Saiba por que escolher o óleo certo e respeitar as recomendações do fabricante é essencial para evitar desgastes prematuros no motor do seu veículo.
No universo automotivo, um dos temas mais discutidos entre mecânicos e proprietários de veículos é a troca de óleo. Apesar de parecer algo simples, a escolha da viscosidade correta e o período ideal para essa manutenção podem fazer toda a diferença na durabilidade do motor. Um erro comum, como usar um óleo mais grosso do que o recomendado, pode levar a desgastes prematuros e até a necessidade de retificação do motor antes do esperado.
Recentemente, em um vídeo no canal Mecânicos Brasil, abordamos um caso real que ilustra bem essa questão. Um veículo com motor já avançado em quilometragem sofreu danos sérios por causa de uma decisão equivocada: o dono, orientado por um técnico ou uma casa de troca de óleo, alterou a viscosidade do lubrificante de 10W40 (recomendado pelo fabricante) para 20W50. O resultado? Desgaste no comando de válvulas e nos mancais, causado pela lubrificação inadequada.
Por que a viscosidade é tão importante?
A viscosidade do óleo determina como ele flui dentro do motor, especialmente na partida a frio – aquele momento em que o veículo é ligado após horas em repouso. O fabricante estipula uma especificação (como 10W40 ou 15W40) com base nas folgas internas do motor, que hoje em dia podem ser tão precisas quanto centesimais ou até milesimais. Um óleo com a viscosidade correta circula rapidamente pelas galerias, bomba de óleo e cabeçote, lubrificando componentes como tuchos hidráulicos e mancais em questão de segundos.
Quando a viscosidade é aumentada sem critério, como no caso do 20W50, o óleo fica denso. Isso dificulta sua passagem pelas microfolgas do motor, aumentando a pressão no sistema e reduzindo a eficiência da lubrificação. O excesso de pressão pode forçar a bomba de óleo, os tuchos e até causar atrito interno, gerando desgaste progressivo. É como se o motor “sofresse em silêncio” a cada partida.
“Mas eu uso óleo mais grosso há anos e nunca deu problema!”
Essa é uma frase comum entre alguns motoristas. Porém, o impacto de uma escolha errada nem sempre é imediato. Se você roda pouco com o veículo, o desgaste pode demorar a se manifestar. Mas, a longo prazo, ele aparece: folgas excessivas, barulhos no motor e, em casos extremos, a necessidade de uma retífica. Um motor que poderia durar 200 mil quilômetros ou mais, acaba comprometido com metade dessa quilometragem.
O que fazer com um motor “cansado”?
Se o seu veículo já está com alta quilometragem e o motor parece “cansado”, mudar a viscosidade não é a solução. O correto, como destacamos no vídeo, é reduzir o intervalo de troca de óleo. Por exemplo, se o fabricante recomenda trocar o óleo a cada 10 mil quilômetros, passe a fazer isso a cada 5 mil ou até 3 mil, dependendo do estado do motor. Assim, você garante que o lubrificante continue eficiente, compensando o desgaste natural sem comprometer as especificações originais.
Outra opção é reparar o motor, restaurando as folgas às condições de fábrica, e voltar a seguir o intervalo original de 10 mil quilômetros. A escolha depende do seu uso e da viabilidade financeira, mas o importante é nunca ignorar as recomendações do fabricante.
Dica de ouro: confira as especificações
Para evitar problemas, consulte o manual do veículo ou tabelas oficiais dos fabricantes, disponíveis em sites confiáveis – como o que disponibilizamos no link abaixo. Você encontrará o tipo de óleo e a viscosidade exata para o seu modelo. E, na hora da troca, procure oficinas com técnicos qualificados, que respeitem essas orientações em vez de sugerir “soluções milagrosas”.
A troca de óleo é uma manutenção básica, mas exige atenção aos detalhes. Usar a viscosidade correta e ajustar o período de troca conforme o estado do motor são atitudes simples que podem prolongar a vida útil do seu veículo e evitar dores de cabeça no futuro. Fique atento e cuide bem do coração do seu carro!